Regozijar-se com a inevitabilidade da queda é aceitar-se subjugado às condições inevitáveis da inerência do existir. Cair é tão importante quanto não cair. Deixar-se transpassar pelo furor do que te derruba é demasiadamente humano e frágil e bom. Entender-se nessa condição de sustentabilidade eterna flexibiliza a nossa condição eterna de sempre acertar, de sempre ganhar, de nunca cair. Mas caímos! Caímos de cima da calçada, de cima da felicidade, de cima da autoestima... caímos. Quando morremos, caímos. Naturalizar a queda é, portanto, naturalizar o ato de morrer. Que possamos cair como um ato de vida! Que possamos fazer do momento da queda um momento de voo.

"Não nos deixar CAIR em tentação, é o mesmo que dizer: não nos deixar ver quem realmente somos." (Arthur Shopenhauer) 

Marcos Davi, artista cênico independente, periférico, negro; das quebradas de Ceilândia - DF. Oriundo das artes marciais, da mímica, da palhaçaria e da atuação, edifica seu trampo através das linguagens adjacentes ao teatro, como a performance e a dança. Indicado a melhor ator pelo 26º Festival Internacional de Teatro universitário de Blumenal - SC; ganhador do prêmio Mostra Calefação de Danças Integradas - na categoria Técnicas Avançadas - DF; primeiro lugar no Festival de Circo Aff Níckolas Comunidade LGBTQIAP+ - DF.

Concepção, atuação e direção: Marcos Davi