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CINEMA

UM POUCO DE MIM, UM POUCO DE NÓS

UM POUCO DE MIM, UM POUCO DE NÓS

18.10.23, quarta às 20h

O que o passado tem a nos dizer e alertar sobre o presente? Como a história pode nos ensinar a não repetir os erros e horrores das outras gerações? Perguntas como essas são instigadas pelo documentário UM POUCO DE MIM, UM POUCO DE NÓS, de André Bushatsky, que chega aos cinemas nacionais em setembro, com produção assinada pela Bushatsky Filmes. 


O longa começa com uma judia alemã que fugiu ao primeiro sinal de que algo de muito errado estava por vir. E segue para histórias de quem se escondeu na floresta, fugiu para outro país, debaixo do subsolo, em um cômodo. Encontramos aqueles que contaram com uma mão amiga, que arriscaram vida e família ajudando os perseguidos pelo regime e os Partisans, guerrilheiros prontos para sabotar o exército alemão. Há os que foram para o campo de concentração e tiveram a sorte de sobreviver, mas, mesmo assim, tiveram que se reerguer em outro país, sem dinheiro, sem ajuda, com outra língua e cultura. O filme conta com depoimentos dos jornalistas Pedro Bial e Caio Blinder, do filósofo Mário Sérgio Cortella e da economista e professora Claudia Costin.  


A partir dessa narrativa traçada por depoimentos de sobreviventes que se radicaram no Brasil, o documentário medita também sobre o nosso presente, seja na questão do surgimento de líderes extremistas quanto na situação de refugiados e imigrantes na atualidade, e sobre o mundo que queremos construir. 


Falamos a respeito dos sobreviventes de uma Europa dos anos 1930/40, cheia de autocratas e ditadores, ao mesmo tempo que dialoga com repressões que assolaram o mundo nos anos seguintes e chega até hoje, com o crescimento dos extremistas. Parece que não nos cansamos de ver tragédia. Povos sendo dizimados, refugiados atravessando os mares numa jangada.”, explica o diretor. 


Colocando-se também em primeira pessoa no documentário, Bushatsky se apresenta como investigador sobre as dinâmicas pessoais e as questões políticas que levaram à ascensão do nazismo na Alemanha do século XX e o extremismo contemporâneo, e, dessa forma, questiona o passado para tentar iluminar o presente.  


 “O filme nasceu da vontade de saber mais sobre as minhas origens. Explorar os caminhos que me fizeram chegar aqui. Meus avós maternos fugiram da Áustria. Minha avó Erika, morou em um gueto na China, meu avô Erich fugiu por diversos países até que conseguiu vir para o Brasil. Meu avô conseguiu o visto devido ao embaixador Luiz Martins de Souza Dantas”. 


Nas entrevistas, Bushatsky se deparou com histórias fortes, aquelas que tanto vemos em filmes e livros sobre o Holocausto, mas que estavam sendo contadas ali, na frente de sua câmera, pelas pessoas que as vivenciaram. “Tinha emoção, lágrimas, mas todos fizeram questão de contar, falar e passar para a frente a mensagem de que se aconteceu uma vez, pode acontecer de novo e essa memória não pode ser esquecida jamais”, relata o cineasta.


Essa proximidade com as pessoas entrevistadas surgiu por conta daquilo que o documentarista define como “um processo artesanal”. “Reunia a equipe, geralmente aos finais de semana, e fazíamos uma ou duas diárias de filmagem. Visitávamos os personagens, com calma, dando tempo para a conversa acontecer e a emoção falar. Aí passava um tempo, fazíamos mais uma entrevista até que conseguimos todo material. No paralelo, começamos a montagem do filme. São histórias muito fortes que precisam decantar antes de serem contadas.

Ele confirmou, por meio do filme, “a tremenda e inigualável perseverança e resiliência dos sobreviventes. A vontade de viver perante a tragédia. E que, sim, estavam diante do horror.

Sinopse

O diretor André Bushatsky revisita a Segunda Guerra Mundial pelos depoimentos de sobreviventes do Holocausto que conseguiram escapar do pesadelo nazista e reconstruíram suas vidas no Brasil. E com a ajuda de jornalistas e estudiosos, procura esclarecer porque a História tem o pendor para a repetição e o que podemos fazer em sociedade para garantir que os mesmos erros não se repitam. 


Ficha Técnica

Produção: Bushatsky Filmes 

Direção e Roteiro: André Bushatsky

Produção Executiva: André Bushatsky e Pedro Alves

Direção de Produção: Renato Sacerdote

Direção de Fotografia: Alan Fabio Gomes

Montagem: Heloisa Kato e Jonathan Mendonça

Assistente de Fotografia: Murilo Perches

Pesquisa: Sarita Sarue

Assistente de Produção: Thais Bugelli

Som Direto: Douglas Gonçalves

Trilha Original: Tami Belfer

Edição de Som e Mixagem: Eric Ribeiro Christani, A3pS 

Stills e Making of: LH Simonetti

Design: Índio San

Gênero: documentário 

País: Brasil

Ano: 2023

Duração: 72 min.

Distribuição: Prisma Produções Culturais


Sobre o autor

André Bushatsky, cineasta e roteirista, tem no seu repertório direções para programas de televisão, publicidade e conteúdo, roteiros para a animação “Peixonauta”, da Discovery Kids, a websérie “Mãe, Manhê”, além da animação “Miss Dollar”, baseada em um conto de Machado de Assis e premiada 12o. Festival Internacional de Cinema Infantil, FICI, os curtas “Roid” e “O Método Holandês”, o média-metragem “Tão Perto, Tão Longe” e o longa-metragem “A História do Homem Henry Sobel”. O filme abriu o 18 ̊ Festiva de Cinema Judaico de São Paulo.

Escreveu o livro “Moridea”, editado pela Patuá.

Lançou, em abril de 2022, a série documental “Animais sem Lar” e, em junho, o longa-metragem documental “Brasileiríssima” sobre o impacto social e cultural da telenovela, coproduzido pela Globo Filmes, GloboNews e Canal Brasil. Em setembro de 2022, lançou o longa-metragem de ficção “No Outro Encontro Você” e, em outubro, o filme “Domingo à Noite”, com Marieta Severo e Zécarlos Machado, estreou no Festival do Rio, na categoria Novos Rumos - Hors Concours. A produção participou do Festival de Boston e Marieta Severo ganhou o prêmio de melhor atriz no Madrid Film Awards (MADFA).

 



DANÇA

LU CHIEREGATI + ROC LILITH: GAG_EXTENDED 06 e 07.02.25, quinta e sexta, às 20h

LU CHIEREGATI + ROC LILITH: GAG_EXTENDED

DANÇA

TATIANA GUIMARÃES: VAZIO 13 e 14.03.25, terça, às 20h

TATIANA GUIMARÃES: VAZIO