Numa interação dinâmica entre corpo(s), espaço, instrumentos musicais e objetos sonoros, Tetta desenvolve em WHO’S THE GOATIT? um solo de dança a partir do contato físico com uma coleção de sinos “furtetados” de vacas e cabras. Investigando o movimento a partir de um estado de oscilação atenta entre o que move e o que é movido, Tetta experimenteta um senso de simultaneidade e ambivalência na relação entre autonomia e controle, que acontece entre o movimento do corpo e o som dos sinos. Evocando a presença fictícia de um rebanho fugitivo, compõe uma ecologia sensorial na qual a audiência é envolvida. O que aconteceria se todos os animais fugissem?

A peça estreou em Frankfurt, Alemanha, em dezembro de 2023, estreando agora no Brasil em São Paulo, no Centro da Terra. Nesta nova versão Tetta convida as companhias musicais de Vênus Garland (bateria) e Rômulo Alexis (trompete), junto com dramaturgia e cenário de Rodrigo Andreolli, e iluminação de Helô Duran. 

*noteta de artista:

Goatit é uma palavra em tit-language ou teta-linguagem, goat + tit = goatit. Mas é uma cabra com tetas ou um bode com tetas? Em muitetas palavras e construções gramaticais da língua portuguesa é impossível expressar o gênero neutro. A pergunteta WHO’S THE GOATIT? é um enigma que se relaciona com a expressão “scapegoat”, que é “bode expiatório”, tanto quanto com “G.O.A.T. – greatest of all times” (melhor de todos os tempos). Como reposicionar as hierarquias do olhar?

Tetta (pronome neutro: tit/elo, 1989, Recife, Brasil) artista transdisciplinar com formação em Arquitetura e Urbanismo (UFPE-Recife, Brasil), concluiu o mestrado em Coreografia e Performance (Instituto de Estudos Teatrais Aplicados ATW- Gießen, Alemanha) sob orientação de Bojana Kunst. O trabalho de Tetta abrange performance, coreografia, som, instalação e mídia visual. A partir de uma perspectiva emancipatória e experimental, Tetta investiga as relações topológicas, topográficas e performativas entre corpos individuais, sociais e coletivos. Por meio da teta-linguagem, busca reconfigurações para o corpo fragmentado pela colonialidade. Na performance Teta Lírica (2016-atual) tem utilizado o theremin, instrumento musical eletrônico, como ativador de agenciamentos entre música experimental e práticas micropolíticas através de oficinas, concertos e vídeo. Participou como convidade das residências Perfocraze International Artist Residency (pIAR), Kumasi, Gana (2023); Hangar, Lisboa, Portugal (2019); e Q21, MuseumsQuartier, Viena, Áustria (2017). Premiade na 6ª edição do Prêmio EDP nas Artes do Instituto Tomie Ohtake (2018) com a performance-instalação TETAÇO GERAL.

Concepção, direção, coreografia e performance: Tetta

Texto: Tetta

Dramaturgia e cenário: Rodrigo Andreolli 

Acompanhamento coreográfico (versão 2023): Michelle Moura

Música: Vênus Garland - bateria, Rômulo Alexis - trompete, Tetta - voz, cuíca

Marina Cyrino - flautas amplificadas (versão 2023)

Iluminação: Helô Duran

Laura Salerno (versão 2023)

Agradecimentos:

Sala monstra - Galeria maumau

Casa Líquida

Uma produção de Tetta, em cooperação com o programa de Mestrado em Coreografia & Performance da Justus-Liebig University Giessen e a Hessian Theatre Academy, Alemanha. A pesquisa original em 2023 foi possível graças ao financiamento do Fonds Darstellende Künste com fundos do Comissário do Governo Federal para Cultura e Mídia como parte do NEUSTART KULTUR - Alemanha.